sábado, 12 de novembro de 2011

COISAS DO CORAÇÃO

Amar é sempre ser vulnerável. Ame qualquer coisa e certamente o seu coração vai doer e talvez partir-se. Se quiser ter a certeza de mantê-lo intacto , você não deve entregá-lo a ninguém , nem mesmo a um animal. Envolva- se cuidadosamente nos seus hobbies e pequenos luxos, evite qualquer envolvimento, guarde-o na segurança do esquife do seu egoísmo. Mas nesse esquife – seguro , sem movimento , sem ar – ele vai mudar. Ele não vai partir-se – vai tornar- se indestrutível, impenetrável , irredimível. A alternativa a uma tragédia ou pelo menos ao risco de uma tragédia é a condenação. O único lugar além do céu onde se pode estar perfeitamente a salvo de todos os riscos e perturbações do amor é o inferno.

Nenhum homem sabe quão mau ele é, até que ele tenha tentado de toda maneira ser bom. Uma idéia tola, mas muito atual é que as pessoas boas não conhecem o significado ou não passam por tentações. Isto é uma mentira óbvia. Só aqueles que tentam resistir a tentação, sabem quão forte ela é. Afinal de contas, você descobre a força do exército inimigo lutando contra ele, não cedendo a ele. Você descobre a força de um vento, tentando caminhar contra ele, não se deitando ao chão. Um homem que cede ante a tentação depois de cinco minutos, simplesmente não sabe o que teria acontecido se tivesse esperado uma hora. Esta é a razão pela qual as pessoas ruins, de certa forma, sabem muito pouco sobre sua maldade. Elas viveram uma vida abrigada por estarem sempre cedendo. Nós nunca descobrimos a força do impulso mau dentro de nós, até que tentemos lutar contra ele; e Cristo, porque Ele foi o único homem que nunca se rendeu a tentação, também é o único homem que conhece completamente o que tentação significa. Ele é o único realista no total sentido da palavra.

Assim é a nossa vida aqui. A coisa que lhe dá horror, que lhe parece quase impossível, é entregar todo o seu ser — todos os seus desejos e precauções — a Cristo. Mas isso é muito mais fácil que aquilo que todos nós tentamos fazer. Pois o que cada um tenta fazer é continuar sendo aquilo que chama de “ele mesmo”, é continuar tendo a felicidade pessoal como grande objetivo na vida, e ao mesmo tempo ser “bom”. Cada um tenta deixar que sua mente e seu coração sigam seus próprios caminhos — centrados no dinheiro, no prazer ou na ambição —, e apesar disso tem a esperança de se comportar de modo honesto, casto e humilde. Mas é exatamente isso que Cristo nos advertiu que não se pode fazer. Como ele disse, não se geram figos dos abrolhos. Enganoso é o coração do homem.

O verdadeiro problema da vida cristã se apresenta num contexto em que geralmente não esperamos encontrá-lo: apresenta-se no momento em que você acorda de manhã. Todos os seus desejos e esperanças para aquele dia avançam em sua direção como bestas selvagens. E, a cada manhã, sua primeira tarefa é simplesmente a de repeli-los; é a tarefa de ouvir aquela outra voz, assumir aquele outro ponto de vista, abrir caminho para aquela outra vida, uma vida maior, mais forte e mais silenciosa. E assim também no restante do dia: distanciar-se de todas as suas manhas e ressentimentos naturais; sair do vendaval.

No começo, só nos é possível fazer isso por alguns instantes. Mas, a partir desses instantes, esse novo tipo de vida se dissemina pelo nosso organismo: pois agora deixamos que ele trabalhe sobre a parte correta do nosso ser: é essa a diferença que existe entre uma tinta, que se deposita simplesmente sobre a superfície, e um pigmento ou tintura que penetra no fundo. As palavras dEle nunca foram vagas e idealistas. Quando disse “Sede perfeitos”, Ele estava falando sério.

Queria dizer que temos de fazer o tratamento completo. Não é fácil: mas a solução de meio-termo pela qual ansiamos é muito mais difícil – na verdade, impossível. Pode ser difícil para um ovo transformar-se numa ave; mas seria muitíssimo mais difícil aprender a voar sem deixar de ser ovo.

Atualmente, nós somos como ovos. O problema é que ninguém pode continuar sendo um ovo para sempre. Ou o pássaro quebra a casca ou apodrece.

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

O ESTADO BRASILEIRO É LAICO?


O ESTADO BRASILEIRO, DE MODO ALGUM É LAICO. O ESTADO BRASILEIRO É ACONFESSIONAL.
Nossa pátria não proíbe que seus cidadãos professem crença ou religião.
Ela também não obriga nenhum de seus nobres cidadãos a adotar quaisquer crença ou religião.
Como cidadão brasileiro, gozando dos meus plenos direitos sou amparado, protegido pelo ordenamento jurídico do meu país e minha liberdade privativa de ser religioso, de professar minha religião e de praticar essa religião de modo público.

Na forma da lei, eu, como brasileiro tenho LIBERDADE de professar e manifestar minhas convicções religiosas, me sendo garantido proteção contra toda forma de ataque a mim enquanto religioso e a minha prática religiosa.

ESTADO ACONFESSIONAL significa o Estado INDIFERENTE aos cultos quaisquer:
- Ele não adota nenhuma religião,
- Não oficializa nenhuma,
- Não impõe nenhuma,
- No seu dogma, no seu culto e nas suas práticas;
- Não discrimina nem proíbe nenhuma religião.
- Mas, as administra, incentiva o valor religioso.

Ele é diferente do ESTADO LAICO (ATEU), que adota uma atitude em face das religiões, a de PROIBI-LAS, ou seja:

- Ele torna ilegais as manifestações religiosas:
- Ele interfere na liberdade de consciência das pessoas.
- Ele não reconhece a existência de nenhuma religião;
- Ele se ver um estado totalmente desprovido de influência religiosa.
ESTADO CONFESSIONAL é o que adota uma atitude em face das religiões, a de IMPOR uma delas, que oficializa:
- Ele adota-a como credo oficial a que as pessoas estão obrigadas e que serve de critério de qualificação legal delas.
CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL – 1988
Título III
Da Organização Político-Administrativa
Capítulo I
Da Organização Político-Administrativo
Art. 19. É vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:

I – estabelecer cultos religiosos ou igrejas, subvenciona-los, embaraçar-lhes o funcionamento ou manter com eles ou seus representantes relações de dependência ou aliança, ressalvada, na forma da lei, a colaboração de interesse público.
(…)
III – Criar distinções entre brasileiros ou preferências entre si. (grifos e destaques meus).
CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL – 1988
Título II
Dos Direitos e Garantias Fundamentais
Capítulo I
Dos Direitos e Deveres Individuais e Coletivos
Art. 5
VI – É inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e as liturgias.
VII – É assegurado, nos termos da lei, a prestação de assistência religiosa nas entidades civis e militares de internação coletiva;

- A Lei n 6.923 de 29 de junho de 1981, dispõe sobre o serviço de Assistência Religiosa nas Forças Armadas.

- A Lei n 9.982 de 14 de julho de 2000, dispõe sobre a prestação de assistência religiosa nas entidades hospitalares públicas e privadas, bem como nos estabelecimentos prisionais civis e militares.

VIII – Ninguém será privado de direitos por motivo de crença religiosa ou de convicção filosófica ou política, salvo se invocar para eximir-se de obrigação legal a todos imposta e recusar-se a cumprir prestação alternativa, fixada em lei
CÓDIGO PENAL BRASILEIRO – 1940
Título V
Dos Crimes Contra o Sentimento Religioso e Contra o Respeito aos Mortos
Capítulo I
Dos Crimes Contra o Sentimento Religioso
ULTRAJE A CULTO E IMPEDIMENTO OU PERTURBAÇÃO DE ATO A ELE RELATIVO
Art. 208 – Escarnecer de alguém publicamente, por motivo de crença ou função religiosa; impedir ou perturbar cerimônia ou prática de culto religioso; vilipendiar publicamente ato ou objeto de culto religioso:
Pena: detenção de 1 (um) mês a 1 (um) ano, ou multa.

Parágrafo Único – Se há emprego de violência, a pena é aumentada de um terço, sem prejuízo da correspondente à violência.

A Constituição de 88 trouxe o seguinte PREÂMBULO:
“Nós, representantes do povo brasileiro, reunidos em Assembléia Nacional Constituinte para instituir um Estado Democrático, destinado a assegurar o exercício dos direitos sociais e individuais, a liberdade, a segurança, o bem-estar, o desenvolvimento, a igualdade e a justiça como valores supremos de uma sociedade fraterna, pluralista e sem preconceitos, fundada na harmonia social e comprometida, na ordem interna e internacional, com a solução pacífica das controvérsias, promulgamos, SOB A PROTEÇÃO DE DEUS, a seguinte CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL.” (grifos meus)
Autor: Rev. Jucelino Souza.
Fonte: [ Blog do autor ]
Extraído do artigo: Sou Brasileiro: tenho direito de ser Religioso na forma da lei.

terça-feira, 20 de setembro de 2011

REVISTA VEJA E EDITORA ABRIL: APOIADORES DO RACISMO NO BRASIL

Eu não compro mais REVISTA VEJA e nenhuma revista da Editora Abril e outros produtos  ligados ao Grupo Abril. VEJA o motivo:


Grupo racista compra parte da editora Abril “revista VEJA” e justiça quer explicações.

Uma empresa que só existe no papel conseguiu a façanha de comprar parte da Editora Abril. O negócio de quase novecentos milhões de reais chamou a atenção da Receita Federal.

Confira a matéria exibida dia 17/04, terça-feira, no Jornal da Band.” Essa é a chamada da Rede Bandeirantes para uma denúncia de violação da Constituição e crime fiscal, numa operação de compra da maior editora brasileira, via grupo racista Sul Africano chamado NASPER.



A Naspers tem sua origem em 1915, quando surgiu com o nome de Nasionale Pers, um grupo nacionalista africâner (a denominação dos sul-africanos de origem holandesa, também conhecidos como bôeres, que foram derrotados pela Grã-Bretanha na guerra que terminou em 1902). Este agrupamento lançou o jornal diário Die Burger, que até hoje é líder de mercado no país. Durante décadas, o grupo, que passou a editar revistas e livros, esteve estreitamente vinculado ao Partido Nacional, a organização partidária das elites africâneres que legalizou o detestável e criminoso regime do apartheid no pós-Segunda Guerra Mundial.
Como relata Renato Pompeu, “dos quadros da Naspers saíram os três primeiros-ministros do apartheid”. O primeiro diretor do Die Burger foi D.F. Malan, que comandou o governo da África do Sul de 1948 a 1954 e lançou as bases legais da segregação racial. Já os líderes do Partido Nacional H.F. Verwoerd e P.W. Botha participaram do Conselho de Administração da Naspers. Verwoerd, que quando estudante na Alemanha teve ligações com os nazistas, consolidou o regime do apartheid, a que deu feição definitiva em seu governo, iniciado em 1958. Durante a sua gestão ocorreram o massacre de Sharpeville, a proibição do Congresso Nacional Africano (que hoje governa o país) e a prolongada condenação de Nelson Mandela.
Já P. Botha sustentou o apartheid como primeiro-ministro, de 1978 a 1984, e depois como presidente, até 1989. “Ele argumentava, junto ao governo dos Estados Unidos, que o apartheid era necessário para conter o comunismo em Angola e Moçambique, países vizinhos. Reforçou militarmente a África do Sul e pediu a colaboração de Israel para desenvolver a bomba atômica. Ordenou a intervenção de forças especiais sul-africanas na Namíbia e em Angola”. Durante seu longo governo, a resistência negra na África do Sul, que cresceu, adquiriu maior radicalidade e conquistou a solidariedade internacional, foi cruelmente reprimida – como tão bem retrata o filme “Um grito de liberdade”, do diretor inglês Richard Attenborough (1987).
Os tentáculos do apartheid
Renato Pompeu não perdoa a papel nefasto da Naspers. “Com a ajuda dos governos do apartheid, dos quais suas publicação foram porta-vozes oficiosos, ela evoluiu para se tornar o maior conglomerado da mídia imprensa e eletrônica da África, onde atua em dezenas de países, tendo estendido também as suas atividades para nações como Hungria, Grécia, Índia, China e, agora, para o Brasil. Em setembro de 1997, um total de 127 jornalistas da Naspers pediu desculpas em público pela sua atuação durante o apartheid, em documento dirigido à Comissão da Verdade e da Reconciliação, encabeçada pelo arcebispo Desmond Tutu. Mas se tratava de empregados, embora alguns tivessem cargos de direção de jornais e revistas. A própria Naspers, entretanto, jamais pediu perdão por suas ligações com o apartheid”.
Segundo documentos divulgados pela própria Naspers, em 31 de dezembro de 2005, a Editora Abril tinha uma dívida liquida de aproximadamente US$ 500 milhões, com a família Civita detendo 86,2% das ações e o grupo estadunidense Capital International, 13,8%. A Naspers adquiriu em maio último todas as ações da empresa ianque, por US$ 177 milhões, mais US$ 86 milhões em ações da família Civita e outros US$ 159 milhões em papéis lançados pela Abril. “Com isso, a Naspers ficou com 30% do capital. O dinheiro injetado, segundo ela, serviria para pagar a maior parte das dividas da editora”. Isto comprova que o poder deste conglomerado, que cresceu com a segregação racial, é hoje enorme e assustador na mídia brasileira.
Os interesses alienígenas 
Mas as relações alienígenas da revista Veja não são recentes nem se dão apenas com os racistas da África do Sul. Até recentemente, ela sofria forte influência na sua linha editorial das corporações dos EUA. A Capital International, terceiro maior grupo gestor de fundos de investimentos desta potência imperialista, tinha dois prepostos no Conselho de Administração do Grupo Abril – Willian Parker e Guilherme Lins. 

Em julho de 2004, esta agência de especulação financeira havia adquirido 13,8% das ações da Abril, numa operação viabilizada por uma emenda constitucional sancionada por FHC em 2002. A Editora Abril também têm vínculos com a Cisneros Group, holding controlada por Gustavo Cisneros, um dos principais mentores do frustrado golpe midiático contra o presidente Hugo Chávez, em abril de 2002. O inimigo declarado do líder venezuelano é proprietário de um império que congrega 75 empresas no setor da mídia, espalhadas pela América do Sul, EUA, Canadá, Espanha e Portugal. Segundo Gustavo Barreto, pesquisador da UFRJ, as primeiras parcerias da Abril com Cisneros datam de 1995 em torno das transmissões via satélites. 

O grupo também é sócio da DirecTV, que já teve presença acionária da Abril. Desde 2000, os dois grupos se tornaram sócios na empresa resultante da fusão entre AOL e Time Warner. Ainda segundo Gustavo Barreto, “a Editora Abril possui relações com instituições financeiras como o Banco Safra e a norte-americana JP Morgan – a mesma que calcula o chamado ‘risco-país’, índice que designa o risco que os investidores correm quando investem no Brasil. Em outras palavras, ela expressa a percepção do investidor estrangeiro sobre a capacidade deste país ‘honrar’ os seus compromissos. Estas e outras instituições financeiras de peso são os debenturistas – detentores das debêntures (títulos da dívida) – da Editora Abril e de seu principal produto jornalístico. Em suma, responsáveis pela reestruturação da editora que publica a revista com linha editorial fortemente pró-mercado e anti-movimentos sociais”. 

Um ninho de tucanos 
Além de ser controlada por grupos estrangeiros, a Veja mantém relações estreitas com o PSDB, que é o núcleo orgânico do capital rentista, e com o PFL, que representa a velha oligarquia conservadora. Emílio Carazzai, por exemplo, que hoje exerce a função de vice-presidente de Finanças do Grupo Abril, foi presidente da Caixa Econômica Federal no governo FHC. Outra tucana influente na família Civita, dona do Grupo Abril, é Claudia Costin, ministra de FHC responsável pela demissão de servidores públicos, ex-secretária de Cultura no governo de Geraldo Alckmin e atual vice-presidente da Fundação Victor Civita. 

Não é para menos que a Editora Abril sempre privilegiou os políticos tucanos. Afora os possíveis apoios “não contabilizados”, que só uma rigorosa auditoria da Justiça Eleitoral poderia provar, nas eleições de 2002, ela doou R$ 50,7 mil a dois candidatos do PSDB. O deputado federal Alberto Goldman, hoje um vestal da ética, recebeu R$ 34,9 mil da influente família; já o deputado Aloysio Nunes, ex-ministro de FHC, foi agraciado com R$ 15,8 mil. Ela também depositou R$ 303 mil na conta da DNA Propaganda, a famosa empresa de Marcos Valério que inaugurou um ilícito esquema de financiamento eleitoral para Eduardo Azeredo, ex-presidente do PSDB. Estes e outros “segredinhos” da Editora Abril ajudam a entender a linha editorial racista da revista Veja e a sua postura de opositora radical ao governo.

sábado, 25 de junho de 2011

BRASILIDADES...

O que será do Brasil sem Forças Armadas motivadas?

Por Pedro Porfírio

"Ao contrário do que os brasileiros pensam, a Amazônia não é só deles, mas de todos nós."

(Al Gore, ex-Vice Presidente americano, Premo Nobel da Paz de 2007 e grande estrela da mídia como "defensor do meio ambiente"-.)

Ao debruçar-me com a devida responsabilidade sobre as políticas públicas para as Forças Armadas, não posso esconder minha perplexidade.

Você não tem uma idéia da sucessão de erros que projeta um buraco gigantesco num amanhã bem próximo. A permanecer a tendência atual, daqui a pouco não será fácil encontrar quem queira servir às Forças Armadas, tal a baixa competitividade dos seus vencimentos, em todos os escalões, e a falta de condições operacionais, fatores que afetam em cheio a dignidade de um segmento envolto numa mística e em compromissos que vão além da paixão e dos deveres profissionais.

Eu diria que essa coleção de equívocos e até de imprudentes solapamentos ganhou uma configuração mais nítida a partir da criação do Ministério da Defesa, segundo o modelo norte-americano, que acabou confiando o conjunto dos complexos assuntos militares a pessoas sem a necessária vivência dos mesmos, sem compreensão estratégica do papel militar e sem o conhecimento e cultura indispensáveis a respeito.

Um desastre após outro
O resultado dos últimos anos tem sido um desastre após outro, com a triste rotina de uma verdadeira queda de braços - humilhante porque, na hora de botar a boca no mundo, como é da essência da sociedade democrática, os militares precisam se valer de suas esposas, dos inativos ou recorrer a subterfúgios como doar sangue para expressar seu descontentamento.

Esse quadro deprimente produz um tipo de confronto silencioso, mas de ardilosa manipulação. Para qualquer um contingenciado pela disciplina, uma de suas místicas mais sagradas, toda essa indiferença à sua sorte tem conteúdo ideológico. É como se ele estivesse sofrendo a revanche de situações preteridas.

As aflições e os nervos à flor da pele engendram a idéia de que tudo não passa de uma conspiração de esquerda para reduzir a tropa a um estamento simbólico. Isso escamoteia a verdade "verdadeira". Está em prática uma "nova doutrina", alimentada pelas grandes multinacionais, especialmente os sistemas financeiros, a partir do fim da guerra fria e do fracasso dos beligerantes de ambos os lados, em face de fatores críticos novos e diferenciados, sobretudo pela mudança do viés da supranacionalidade e do avanço da tecnologia, com a superposição do segmento econômico de serviços sobre os industriais e agro-pastoris.

O Estado Mínimo

Para entender o que se passa em relação aos militares brasileiros, é preciso partir da análise do "Consenso de Washington" e de outras teses, que incluem a idéia do "Estado Mínimo", o fim das fronteiras nacionais e uma espécie de rearrumação do sistema de poder, que na prática já acontece com a interatividade internacional dos investimentos especulativos. Você pode se posicionar em relação às aplicações na Bovespa a partir das primeiras informações sobre o desempenho das bolsas asiáticas, num ritual que já subtrai sem constrangimento a independência dos centros nervosos da economia de cada país.

Isso quer dizer claramente: A macro-economia internacional engendrou outros referenciais e hoje não se pode dizer que esse ou aquele país nos ameaça. As hidras que se infiltram sobre nossos territórios não estão sujeitos a controles de nenhum país, de nenhum governo.

São grandes complexos econômicos que podem pagar às melhores cabeças e produzir controles remotos, robôs, tudo o que precisam para refazer o mapa do mundo.

Depois que descobriram as serventias do "terceiro setor", essas ONGs com discursos direcionados, os cabeças desses complexos concluíram, a partir de estudos científicos, que precisam bancar a miniaturização das Forças Armadas nos países alvos.

Mais do que qualquer outro país, o Brasil precisa de uma política militar sólida e fortalecida, independente dos outros, tanto pela dimensão do nosso território, a extensão das nossas fronteiras, como, principalmente, pela camuflada ocupação estrangeira de nossa maior riqueza, a Amazônia e da necessidade de proteger nossa "Amazônia Azul" - os 7.491 km de fronteira marítima, que formam a gigantesca Área Marítima Jurisdicional, (onde dispomos de grandes reservas de petróleo) de 4.451.766 k2, mais da metade (52 %) do território continental, de 8.511.965 km2.

A necessidade de um complexo militar em condições de cumprir suas funções de defesa vai muito além dos fantasiosos conflitos entre nações.

E exige uma revisão urgente, sem matizes ideológicos, porque o somatório de erros poderá ser fatal para a soberania do Brasil e para a vida da sociedade brasileira. Esses erros começam pelo virtual aniquilamento do serviço militar obrigatório, de tanta importância para nossa juventude sem rumos, até o desprezo pelo conhecimento, a dedicação e o patriotismo inerentes á vida na caserna.

Do jeito que as coisas estão indo, até os cursos superiores das Forças Armadas, que se incluem entre os melhores do Continente, vão acabar tendo sua finalidade deturpada: ao invés de formarem oficiais especializados, vão acabar se convertendo, como já acontece pontualmente, em produtores de profissionais altamente qualificados para as grandes multinacionais que pagam muito mais.

Nessa faina impatriótica de desmotivação dos militares, os interesses "ocultos" jogam com feridas não cicatrizadas e visões primárias de tecnocratas delirantes, os quais escondem da sociedade um perigoso vexame: segundo fontes merecedoras de crédito, a FAB só consegue operar com 37% de seu poder aéreo e todos seus aviões têm mais de 15 anos de uso. Na Marinha, de toda sua frota, apenas 10 navios estão em condições de combate. No Exército a sucatagem bélica é ainda maior. Segundo levantamento, por falta de investimentos, o Programa Nuclear Brasileiro já provocou um prejuízo de U$ 1,1 bilhão. Os equipamentos de artilharia são semi-obsoletos e estão em péssimo estado de conservação, sujeitos,inclusive, a um racionamento de combustível e à falta de peças.

Diante de um quadro de ostensiva depreciação do Estado e, dentro dele, de sua estrutura militar, é responsabilidade de todos, independente de ódios internalizados, procurarem entender o que realmente está por trás dessa trama, algo que faz do Brasil continental um dos países com menor participação dos gastos em defesa no seu PIB - menos de 1,6% contra 3% da média mundial, uma ninharia se considerarmos os 5% do Poder Judiciário e os 3,98% do tal superávit primário - as restrições orçamentárias para pagar os juros da dívida.

sábado, 18 de junho de 2011

A VERDADE: SUA NATUREZA ABSOLUTA (PARTE 2)

Na audiência designada de uma afirmação, toda verdade é uma verdade absoluta. Algumas afirmações realmente se aplicam apenas a algumas pessoas, mas a verdade dessas afirmações é tão absoluta para todas as pessoas em todo lugar em todas as épocas quanto uma afirmação que se aplica a todas as pessoas em geral. "Injeções diárias de insulina são essenciais para a sobrevivência" aplica-se a todas as pessoas com algumas formas crônicas de diabetes. Essa afirmação tem uma audiência designada e aplicada. Não pretende ser uma verdade que se aplica a todo mundo. Mas, se ela se aplica a Paulo, é a verdade sobre Paulo para todo mundo. A advertência de que essa afirmação é falsa para pessoas com um pâncreas saudável não deprecia a verdade da afirmação no seu universo de discurso - diabéticos aos quais é adequadamente dirigida.

Um professor de frente para os alunos na sala de aula, diz: "a porta desta sala está à minha direita". Mas ela está a esquerda dos alunos. Os relativistas argumentam que certamente esta é uma verdade relativa para o professor, já que é falsa para a classe. No entanto, pelo contrário, é igualmente verdadeiro para todos que a porta está à direita do professor. Essa é uma verdade absoluta. Jamais será verdadeiro para qualquer lugar, em qualquer época que a porta estava à esquerda do professor durante aquela aula naquele dia naquela sala de aula. A verdade de que a porta está à esquerda dos  alunos é igualmente verdadeira e absoluta. A verdade é o que corresponde aos fatos.

Como uma maçã velha, o relativismo pode ser bom na superfície, mas está podre por dentro.

quinta-feira, 9 de junho de 2011

A VERDADE: SUA NATUREZA ABSOLUTA (PARTE 1)

A relatividade da verdade é normalmente uma premissa do pensamento atual. Segundo as teorias da verdade relativa, algo pode ser verdadeiro para uma pessoa, mas não para todas as pessoas, ou pode ser verdadeiro numa época mas não em outra.

A natureza absoluta da verdade diz que o que é verdadeiro para uma pessoa é verdadeiro para todas as pessoas, épocas e regiões. A visão adequada e imparcial da verdade é a visão da correspondência. Verdade factual é a que corresponde aos fatos. É o que corresponde à situação real que está sendo descrita.. É o que corresponde à realidade.

A correspondência se aplica a realidades abstrata e factuais. Há verdades matemáticas. Há verdades sobre idéias. Em cada caso há uma realidade, e a verdade expressa precisamente.

Falsidade é o que não corresponde, não é a realidade nua e crua e representa mal a maneira como as coisas realmente como são. A intenção por trás da afirmação é irrelevante. Se não há correspondência adequada, ela é falsa.

Todas as visões de não correspondência da verdade implicam correspondência, mesmo quando tentam negá-la. Por exemplo, a afirmação: "A VERDADE NÃO CORRESPONDE À REALIDADE" implica que essa afirmação corresponde à realidade. Assim, a visão de não correspondência não pode se expressar sem usar uma estrutura de correspondência como referência. Se as afirmações factuais de uma pessoa não precisam corresponder aos fatos para serem verdadeiras, qualquer afirmação factualmente incorreta é aceitável. Torna-se impossível mentir. Qualquer afirmação é compatível com qualquer situação.

Para saber se algo é verdadeiro ou falso, deve haver uma diferença real entre as coisas e as afirmações sobre as coisas. Mas correspondência é a comparação de palavras com as suas referências. Logo, uma visão de correspondência é necessária para entender afirmações factuais (afirmar os fatos).

A verdade não é determinada por voto majoritário. Vejamos as razões que muitas pessoas dão para achar que a verdade é relativa.

Primeiro, certas coisas só parecem ser verdade em certas ocasiões e não em outras. Por exemplo, muitas pessoas acreditavam no passado que a terra era plana. Agora sabemos que essa afirmação de verdade estava errada. Parece que esta verdade mudou com o passar do tempo. Será que mudou?

A verdade muda ou o conhecimento sobre o que é verdadeiro muda? Bem, certamente o mundo não mudou de cubo para esfera. O que mudou em relação a isso foi nosso conhecimento, não nossa terra. Ele mudou de um conhecimento falso para um verdadeiro.

(continua...)

domingo, 5 de junho de 2011

DÊ A OUTRA FACE...

Eu, porém, vos digo que não resistais ao mal; mas, se qualquer te bater na face direita, oferece-lhe também a outra; (MATEUS 5:39)

O cristão que diz que isso tem de ser tomado com ressalvas, será então obrigado a aceitar todas as outras duras declaraçoes de Nosso Senhor da mesma forma. Ninguém deixará de ter respeito pelo homem que faz isso, que em todas as oportunidades deu a quem lhe pediu e, por fim, deu tudo o que tinha aos pobres. Suponho que estou falando com este tipo de homem; pois quem acharia digno de responder à pessoa incoerente que leva as palavras de Cristo à la rigueur quando estas o dispensam de uma possível obrigação e as toma como opcionais quando exigem que deveria tornar-se pobre?

Há 3 maneira de entender "a outra face". Uma é interpretação pacificsta. Esta entende que o mandamento impõe o dever de não-resistência a todos os homens em todas as circunstâncias. Outra maneira é a interpretação reducionista: a afirmação não significa o que diz, mas é uma hipérbole, um exagero oriental de dizer que se deve tolerar muito e ser sereno. Tanto eu quanto você rejeitamos esse ponto de vista. O conflito está entre a pacifista e esta terceira opção: acredito que o texto quer dizer exatamente o que ele diz, mas com reserva de entendimento em favor dos casos obviamente excepcionais. Acredito que o dever de não-resistência deve-se aos casos em que atinja a mim particularmente o dever de revidar. Uma vez que o fato seja uma ofensa a mim praticada por meu próximo o desejo de minha parte em retaliar deve ser mortificado pelo Cristianismo. Mas caso entre em cena outros fatores, o problema se altera. Será que Cristo entendia que se você visse um louco homicida, ao tentar assassinar sua mãe por exemplo, você deveria manter-se à parte, se afastar do caminho, e deixá-lo matar a vítima? Acho que não seja este o entendimento. Ou se tivesse educando uma criança, criando, a melhor maneira seria deixá-la bater nos pais toda vez que tivesse uma crise de mau humor, ou quando tivesse roubando doces no supermercado, dar-lhe também o pote de mel? Acredito que não.

Acredito que o sentido das palavras estava perfeitamente claro: "VISTO QUE VOCÊ NÃO PASSA DE UM HOMEM COM RAIVA QUE ACABOU DE SER OFENDIDO, MORTIFIQUE SUA RAIVA E NÃO REVIDE A OFENSA". O que estava em foco aqui eram as relações pessoais cotidianas, nos quais não incluem os casos de ofensas à instituições, magistrados ou autoridades, onde há lei que impõem um revide natural em sua abrangência.

Então pensem bem: os conflitos que hoje se apresentam nos noticiários, mídias, formadores de opiniões e etc. contra a FÉ, e esta que falo não tem nada a ver com a lenda de "se jogar no vazio quando nada mais funciona", devem sim ser respondidos a altura, com veemência e vigor, dentro do que todas as leis e costumes permitem, afim de, uma vez por todas, desmitificar generalizações burras sobre o que é crer em Deus e consequentemente nao aceitar algumas práticas seculares.

quinta-feira, 2 de junho de 2011

PRAGMATISMO DO FHC X GUERRA CONTRA AS DROGAS

Estes dias o político Fernando Henrique Cardoso (FHC), divulgou seu documentário onde afirma que a guerra contras as drogas é uma guerra perdida, por isso devemos aqui no Brasil legalizar a maconha.

Seguindo a mesma linha de raciocínio pragmático de FHC poderíamos então decidir:
* Que como a guerra contra acorrupção política é uma guerra perdida, temos que legalizar a porcentagem e/ou quantas vezes o político poderá ser corrupto;
* Que como a guerra contra policiais bandidos está perdida, temos de legalizar o quanto eles podem roubar em suas carreiras policiais;
* Que como a guerra contra a alfabetização e ensino no Brasil está perdida, aceitemos o novo livro do MEC de que não discrimine ninguém por falar errado nesta nova ORDE E PROGREÇO;
* Que como a guerra contra as brigas de galo está perdida, legalizemos os locais para isso;
* Que como a guerra contra a pedofilia está perdida, legalizemos locais, idades, escolas, famílias, orfanatos e outros afins onde podemos abusar e estuprar crianças;
* Que como a guerra contra o terrorismo está perdida, legalizemos um sindicato de terroristas para que possam discutir suas ações contra os governos antes de atacarem;
* Que como a guerra sobre a situação do sistema de saúde do Brasil está perdida, regulamentemos quantos pacientes os hospitais devem deixar morerr por dia;
* Que como a guerra contra a miséria, fome e discriminação racial e social está perdida, regulamentemos locais para estas pessoas viverem longe do pessoal da alta....mas bem longe mesmo....


Posso continuar indefinidamente nesta idéia pragmática do FHC. Imagino a quem interessa tanto que essa idéia seja difundida tão ferozmente.

Admiro não ter tido o mesmo recurso e tempo para produzir um documentário que falasse das mazelas que citei acima: falar sobre a fome no Brasil; falar sobre a dificuldade na saúde, educação, etc...Mas tinha de ser justamente sobre a DROGA DA DROGA....$$$ (de quem?)

O Brasil não tem um sistema de saúde capaz de atender os viciados que querem sair do vício. O Brasil não tem um sistema educacional eficaz que impeça os jovens de terem tempo para inclinarem-se ao vício. O Brasil não tem um sistema eficaz de segurança pública que impeça a droga de chegar onde não deveria chegar nunca. O Brasil não tem um salário mínimo adequado que impeça pessoas denominadas pela sociedade de SEM  QUALIFICAÇÃO, de venderem drogas. O Brasil não tem um sistema de leis que reprima exemplarmente os pedófilos, que por ventura podem oferecer drogas a crianças e praticarem suas barbáries.

O BRASIL NÃO TEM FERRAMENTAS FHC! E SE TIVESSE, NÃO SERIA NECESSÁRIO REGULAR A VENDA DE DROGAS, SABE PORQUÊ: HAVERIA ALGO MAIS IMPORTANTE A INVESTIR DO QUE ELA, A SABER, A VIDA PRÓPRIA.

sábado, 9 de abril de 2011

PRECISA-SE DE UMA IGREJA EM REALENGO...

Precisa-se de uma IGREJA em Realengo.
Uma igreja invisível, atuante, presente nos lares dos isolados, nas escolas, nos condomínios fechados, nas ruas de Realengo.

Precisa-se de uma IGREJA presente na vida dos órfãos WELLINGTONS, filhos de mães com problemas mentais.
Precisa-se de uma IGREJA que viva, mostre, doe, entregue, pratique, reafirme, chore, ria, o CRISTIANISMO CONTENDO O CRISTO JESUS DA BÍBLIA SAGRADA, e não o evangelho do vendedor de livros, DVDs, CDs, "VITÓRIA", "bençãos", "MISTÉRIO", da expansão de filiais do reino, etc.
Precisa-se de uma IGREJA em realengo que lembre que a ordem (para todos, sem exceção, com "chamado" ou não, com "dom" ou não) é o IDE E PREGAI e não o VINDE E ESCUTAI O MEU PASTOR FALAR NO PÚLPITO.
Precisa-se de uma IGREJA em Realengo que tenha algo o que dizer agora, nesse exato momento e instante, a todas as famílias das vítimas do massacre naquela escola.
Precisa-se de uma IGREJA em Realengo que mostre, com autoridade, ONDE ESTÁ DEUS AGORA?

Precisa-se de uma IGREJA em Realengo.
Quem souber onde ela está, entre em contato e alardeie a todos para que se encontrem o mais rápido possível.

segunda-feira, 7 de março de 2011

A VERDADE NÃO É ABSOLUTA?

Abro este post par uma serie de dialógos sobre um tema provocativo como é o título deste blog A VERDADE ABSOLUTA.

Este foi motivado pelas aulas de Antropologia Filosófica e visa um diálogo com o nosso caro colega Paulo Sergio Tometich, com intuito de, neste tema, colocar as nossas posições sobre este assunto tão instigante sobre a Verdade.

Acompanhem-nos nessa "viagem" que é a filosofia.

E começo aqui então com a pergunta: NÃO EXISTE VERDADE ABSOLUTA? que foi o motivo dessa conversa, ok?

Deixo os primeiros comentários com o nosso amigo Paulo, afim de que ele dê fundamento a razão de afirmar que ela não é absoluta.

Como diz o professor Carlos Euclides Marques: Avante Filosofantes!