domingo, 5 de junho de 2011

DÊ A OUTRA FACE...

Eu, porém, vos digo que não resistais ao mal; mas, se qualquer te bater na face direita, oferece-lhe também a outra; (MATEUS 5:39)

O cristão que diz que isso tem de ser tomado com ressalvas, será então obrigado a aceitar todas as outras duras declaraçoes de Nosso Senhor da mesma forma. Ninguém deixará de ter respeito pelo homem que faz isso, que em todas as oportunidades deu a quem lhe pediu e, por fim, deu tudo o que tinha aos pobres. Suponho que estou falando com este tipo de homem; pois quem acharia digno de responder à pessoa incoerente que leva as palavras de Cristo à la rigueur quando estas o dispensam de uma possível obrigação e as toma como opcionais quando exigem que deveria tornar-se pobre?

Há 3 maneira de entender "a outra face". Uma é interpretação pacificsta. Esta entende que o mandamento impõe o dever de não-resistência a todos os homens em todas as circunstâncias. Outra maneira é a interpretação reducionista: a afirmação não significa o que diz, mas é uma hipérbole, um exagero oriental de dizer que se deve tolerar muito e ser sereno. Tanto eu quanto você rejeitamos esse ponto de vista. O conflito está entre a pacifista e esta terceira opção: acredito que o texto quer dizer exatamente o que ele diz, mas com reserva de entendimento em favor dos casos obviamente excepcionais. Acredito que o dever de não-resistência deve-se aos casos em que atinja a mim particularmente o dever de revidar. Uma vez que o fato seja uma ofensa a mim praticada por meu próximo o desejo de minha parte em retaliar deve ser mortificado pelo Cristianismo. Mas caso entre em cena outros fatores, o problema se altera. Será que Cristo entendia que se você visse um louco homicida, ao tentar assassinar sua mãe por exemplo, você deveria manter-se à parte, se afastar do caminho, e deixá-lo matar a vítima? Acho que não seja este o entendimento. Ou se tivesse educando uma criança, criando, a melhor maneira seria deixá-la bater nos pais toda vez que tivesse uma crise de mau humor, ou quando tivesse roubando doces no supermercado, dar-lhe também o pote de mel? Acredito que não.

Acredito que o sentido das palavras estava perfeitamente claro: "VISTO QUE VOCÊ NÃO PASSA DE UM HOMEM COM RAIVA QUE ACABOU DE SER OFENDIDO, MORTIFIQUE SUA RAIVA E NÃO REVIDE A OFENSA". O que estava em foco aqui eram as relações pessoais cotidianas, nos quais não incluem os casos de ofensas à instituições, magistrados ou autoridades, onde há lei que impõem um revide natural em sua abrangência.

Então pensem bem: os conflitos que hoje se apresentam nos noticiários, mídias, formadores de opiniões e etc. contra a FÉ, e esta que falo não tem nada a ver com a lenda de "se jogar no vazio quando nada mais funciona", devem sim ser respondidos a altura, com veemência e vigor, dentro do que todas as leis e costumes permitem, afim de, uma vez por todas, desmitificar generalizações burras sobre o que é crer em Deus e consequentemente nao aceitar algumas práticas seculares.

Nenhum comentário: